
Após um periodo de tempo variável, o rapaz pedia autorização para entrar em casa, mostrando assim aos pais da rapariga as suas boas intenções, ou seja, o seu propósito de vir a casar com ela. Dada a autorização, o namoro tinha lugar na "sala de fora" e podia prolongar-se até mais tarde à luz da candeia.
Quando pensavam em casar, tinha lugar uma reunião de família. Nessa ocasião o rapaz dirigia-se aos futuros sogros, nos seguintes termos:
"como vossemecês sabem, não é segredo nenhum, a gente namora-se há já algum tempo. Eu tenho interesse nela e ela diz ter interesse em mim. Temos pensado em casa. Precisamos da vossa autorização e benção".
Os pais respondiam:
"damos-te autorização. Agora peço-te que a respeites a ela e à casa".
O rapaz:
"Quanto a isso estejam descansados"
Os pais:
"Com respeito à casa para vocês viverem, vamos falar com os futuros compadres para se ver onde ela pode ser construída e as despesas serão conforme se combinar."
Aprovado o casamento, tinha início a construção da casa e uma vez concluída, acordava-se a data do casamento e quais as pessoas a convidar.
As bodas eram em casa dos respectivos pais.
A noiva apresentava-se de vestido preto: saia rodada chegando ao tornozelo; blusa ou casquinha, justa e cintada, lenço de cabeça cujas pontas pendiam sobre o peito e ou chapéu preto de feltro. Calçava meias brancas rendadas e sapatos de cabedal preto.
O noivo, também vestia fato preto: calça à boca de sino, colete com gola de veludo; cinta preta de cetim enrolada à cintura. Chapéu de aba larga, preto e botas de cabedal.
Retirado de um "livrinho" editado pela Junta de Freguesia de Leiria em 2003, numa recolha junto do Rancho da Região de Leiria, entre outros.
Que bonita história! Não conhecia :) Obrigada por partilharem connosco tantos saberes e ensinamentos. Parabéns pelo trabalho que têm feito no blogue.
ResponderEliminarBeijinhos
Carina